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Verdadeiramente Livres para viverem

05/08/2013 05:00

Jo  8.36  “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Na versão BLH:  “Se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres”

Quem não deseja veementemente a verdadeira liberdade!? Esse é um desejo legitimo e cultivado por todas as pessoas que vivem e que já viveram e ainda viverão aqui na terra, independentemente de raça, cor, credo, cultura ou posição social. Na maioria dos países antigamente predominava a escravatura que podemos chamar de socioeconômica. Teoricamente essa  escravatura foi abolida de todos os países. Mas sabemos perfeitamente que outros tipos de escravidão continuam por todo o mundo. Escravidão social, escravidão religiosa, escravidão dos paradigmas culturais e sociais, escravidão do modismo, escravidão da consciência  forjada pelas imposições da própria sociedade  e da religião equivocada, escravidão dos ditames legalistas de países onde a ditadura ainda impera, escravidão no lar, de pais para filhos, de marido para esposa, escravidão do pensamento, escravidão dos hábitos. São  infinitos os meios usados para escravizar as pessoas.  William Shakespeare disse: “Mostre-me um homem que não seja escravo das suas paixões”. As paixões aqui são variadas. Ele disse mais: “O pensamento é escravo da vida, e a vida é o bobo do tempo”.

Veja o que outros pensadores disseram sobre a escravidão:  “Não odeies o teu inimigo, porque, se o fazes, és de algum modo o seu escravo. O teu ódio nunca será melhor do que a tua paz” Jorge Luis Borges. “Sou escravo pelos meus vícios e livre pelos meus remorsos” Jean Jacques Rousseau. “O homem que não sabe dominar os seus instintos, é sempre escravo daqueles que se propõem satisfazê-los” Gustave Le Bon. “Quem confiou os seus segredos a outra pessoa, fez-se escravo dela” Baltasar Gracián y Morales. “Ninguém é mais escravo do que aquele que se julga livre sem o ser” Johann Goethe. “A liberdade e o amor são incompatíveis. Quem ama é sempre escravo” Madame de Stael. “Maior sou e para maiores coisas nasci do que para ser escravo da minha carne” Sêneca. “Ser livre é não ser escravo das culpas do passado nem das preocupações do amanhã. Ser livre é ter tempo para as coisas que se ama. É abraçar, se entregar, sonhar, recomeçar tudo de novo. É desenvolver a arte de pensar e proteger a emoção. Mas, acima de tudo, ser livre é ter um caso de amor com a própria existência e desvendar seus mistérios” Augusto Cury. “Somos livres da lei e dos mandamentos na forma de ordenanças para nos tornemos escravos do amor de Deus. A lei é o amor e o mandamento é esse amor em ação” A. M. Borges. “Só és senhor daquilo que podes dispensar. Do que não podes, és escravo" Pitágoras.

Se concordarmos com esse último pensamento, de Pitágoras, podemos entender que tudo aquilo que retemos para nós, nos escraviza. Por exemplo, quando retemos o dinheiro nos tornamos escravos dele; quando o liberamos, nos tornamos livres dele. E isso se aplica em tudo. Outro exemplo, se uma pessoa ama apaixonadamente a outra e tem sentimento possessivo sobre ela, torna-se escrava dela; mas se ela ama sem reter, a qualquer custo, para si, deixando-a livre, torna-se livre também em relação aquela  pessoa!

Se concordarmos plenamente com esses pensamentos, temos que admitir que existem aspectos positivos em algum processo de escravidão! Por exemplo, ser escravo do amor de Deus é a melhor coisa que nos pode acontecer. Retendo para mim esse amor, torno-me escravo dele; e isso é muito bom!

I- ASPECTOS NEGATIVOS DA ESCRAVIDÃO, DOS QUAIS PRECISAMOS SER LIBERTOS.

Para que haja uma plena libertação é necessário que as causas estruturais da escravidão sejam removidas pelos fundamentos e raízes; e é isso que vamos procurar fazer através do conhecimento dos fatos. É pelo conhecimento da verdade que vem a verdadeira libertação: conhecimento => verdade => libertação (Jo 8.32). Vemos tantos pregadores hoje procurando propiciar libertação pela oração, jejum, sacrifícios, expulsão de demônios, leituras; quando a Bíblia deixa bem claro que a plena libertação vem pelo conhecimento da verdade. Deus, já no AT, disse: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Os 4.6a). Então, nos aspectos emocionais, espirituais e psicológicos a escravidão acontece por falta de conhecimento da verdade. Muitas vezes as pessoas são escravas de coisas imaginárias, coisas que não existem, nunca existiram e nem vão existir e quando ficam sabendo disso experimentam a verdadeira libertação.

1. Vamos começar dissertando um pouco  sobre uma das grandes causas da escravidão, o pecado (leia os meus artigos sobre nesse site). Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8.34)

a- A força e a causa do pecado  é a lei, não havendo lei não há pecado  “porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado. Todo aquele que pratica o pecado também transgrida a lei, porque o pecado é a transgressão da lei” (Rm 4.15; 7:8; 1Jo 3.4).

Há nesse mundo e em nós muitas leis, que, mesmo sem a lei de Moisés, poderão nos levar a praticar muitos pecados nos níveis da carne, da sociedade; e em relação ao nosso país. Portanto, há muitas coisas das quais precisamos nos libertar. Mas vou me ater mais no aspecto do pecado no que se refere a Deus, é nesse aspecto que precisamos mais de libertação. Como eu disse em outros artigos, se adquirirmos a consciência desta libertação, ficamos livres do maior problema da nossa vida. É exatamente desta fonte que emana toda mazela na área emocional e psicológica da pessoa. Uma pessoa que vive em paz com Deus consequentemente estará em paz também consigo mesma e com o próximo; mas o contrario também é verdadeiro. Então vamos trabalhar nessa fonte.

Partindo do princípio de que não havendo lei, não há pecado, a possibilidade do pecado em relação ao homem começou quando Deus estabeleceu a primeira lei, que seria o não comer do fruto do conhecimento do bem e do mal. Se Deus nunca tivesse determinado aquela lei o homem nunca teria pecado. Mas sabemos também, que se não houvesse uma lei, o homem nunca poderia ser fiel; nunca seria santo. O homem não foi criado santo e nem perfeito e sim sem pecado. No inicio, uma coisa era ser sem pecado e outra coisa bem diferente era ser perfeito e santo. Se o homem, quando foi criado, fosse perfeito nunca teria pecado. Sei que muitos não concordam com essa posição, mas eu creio assim. A perfeição não transgredi! Um ser perfeito jamais pecaria, se o homem foi capaz de transgredir é porque ele não foi criado nessa condição de perfeição. Alguém poderia perguntar: Deus poderia criar algo imperfeito, tudo que Deus faz não é perfeito?! Deus pode tudo, ele é Deus! Para mim é muito mais difícil crer que Deus criou o homem no estado de perfeição sendo que esta perfeição permitiria que o homem pecasse, assim essa perfeição não seria perfeição coisa nenhuma; (estou me referindo a perfeição absoluta). Seria sim, uma imperfeição. Nesse caso o projeto de Deus, a meu ver, teria falhado drasticamente. Não acredito em falha no plano de Deus. Tudo acontece da forma que ele quer. Então se o homem pecou é porque isso fazia parte do plano dele. Parece terrível pensar assim, mas não existe outra forma mais coerente que essa de se pensar. Se cremos que Deus criou o homem para não pecar e ele pecou, então o plano de Deus falhou, porque o homem pecou, isso é muito óbvio, assim como dois e mais dois são quatro. Mas se o homem pecou foi porque isso fazia parte do plano de Deus (não sei por que, mas as Escrituras deixam isso claro, então creio).

Voltado ao tema, não havendo lei não há também pecado, como eu disse, se nunca tivesse havido aquela lei o pecado também nunca existiria. Mas não foi assim, houve uma lei e consequentemente a transgressão dessa lei (o pecado). Com isso começou e se estendeu por toda a história da humanidade todo tipo de problema, pois o homem se tornou escravo do pecado e de todo tipo de miséria. De acordo com a Bíblia, especificamente Paulo e João, removendo a lei, remove-se também o pecado. Mas como já disse, há muitas leis e nem todas são removidas, mas de todas aquelas que forem removidas não tem mais como suscitar pecado. E é exatamente a lei em relação a Deus que não existe mais, com isso podemos entender que também o pecado foi removido em relação a Deus. Vejamos o que a Bíblia diz: “porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado. Todo aquele que pratica o pecado também transgrida a lei, porque o pecado é a transgressão da lei” (Rm 4.15; 6.14;7:8; 1Jo 3.4). Então, em relação a Deus não há mais lei nem tão pouco pecado. O homem não se perde porque peca e sim por não estar em Jesus; nem vai para o céu por não pecar e sim, por estar em Jesus. Não é o pecado ou a ausência dele que faz a diferença em relação à salvação e sim o estar em Jesus.  Paulo disse: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).  

Veja mais o que Paulo diz em Cl 2.13,14 “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;” Em relação a esse texto acima, Hal Lindsey disse: “Talvez você jamais tenha pensado nisso nestes termos, mas ter essa espécie de sentimento [de culpa] a respeito de si mesmo é mais ou menos como dar uma tapa no rosto de Jesus. No fundo, o que você está dizendo quando deixa de crê que és plenamente aceitável perante ele, tal como é, por causa da justiça de Cristo em você, é que seus padrões para si mesmo são mais altos do que os de Deus. E essa atitude é ao mesmo tempo presunçosa e falsa. [libertos para viver, 127]. Ele disse ainda: Há duas coisas sobre as quais precisamos construir o nosso viver cristão, de modo a experimentar a realidade do perdão de Deus em nossa vida diária: Primeiro, todos os nossos pecados – passados, presentes e futuros - foram perdoados quando Jesus morreu na cruz. Não há sequer um que ele não tenha perdoado; (foram levados por Jesus, foram encravados na cruz e o perdão, de todos, liberado quando recebemos a Jesus como nosso salvador). Segundo, além de perdoar todos os nossos pecados, Deus os apagou de sua memória para sempre. Nunca mais seremos condenados por causa deles. [não devo lembrar deles também] [libertos para viver, 141] . Ele disse mais ainda: “ A expressão “perdoando” em Cl 2.13 no original grego aparece no tempo aoristo, dando a entender que o perdão aconteceu num determinado momento no passado. Em outras palavras quando Deus cuidou do problema do pecado na cruz, isso se tornou assunto encerrado. Quero fixar nossa atenção numa frase em particular nesse versículo: “perdoando todos os nossos pecados”. Você alguma vez já parou para pensar no quanto “Todos” significa? Um amigo advogado meu contou que num processo judicial a expressão “tudo” foi definida assim: “Tudo inclui toda e qualquer coisa e não exclui coisa alguma” (p.139). Condenar-nos pelos nossos pecados, é como dizer que a graça de Deus é menor que eles. “A consciência das nossas fraquezas nos torna dependentes da graça de Deus” (Maravilhosa graça). Para o eleito, o perdão, de qualquer pecado, já foi consumado na cruz.

    Dessa forma, o nosso passado findou; não precisamos carregá-lo como se fosse um fantasma; como um peso insuportável por toda a nossa vida. Quando Jesus morreu naquela cruz, todo o nosso passado, presente e futuro, negativos, foram resolvidos de uma vez para sempre! Precisamos acertar sempre os pecados cometidos por nós em relação ao próximo e a sociedade, porque em relação a Deus tudo já está acertado. Tudo está consumado!

    Hoje entendo da seguinte forma: Em relação a Deus não há mais pecado;  na cruz o pecado, em relação a Deus, foi aniquilado. Veja essas escrituras: Hb 9.26 “Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado”. Aniquilar no original significa: “Tornar sem efeito, anular, tornar em nada, destruir; transformar nulificar, invalidar, arrasar, assolar, devastar, erradicar, exterminar e matar”. Na cruz Jesus tirou o nosso pecado “No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29) . Ele nos salvou dos nossos pecados. O anjo disse: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Por muitos anos entendi que esse "seu povo" mencionado no versículo acima era o  povo de Israel; mas agora sei que se refere aos eleitos.  Ora se nós ainda tivéssemos que tratar do nosso pecado do passado, do presente ou do futuro, então não estaríamos salvos e livres deles! Se Jesus aniquilou, removeu, destruiu e tirou o nosso pecado, então isso também demonstra um dos aspectos da consumação na cruz.

       Paulo disse: "bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado" (Rm 4.8); A justiça de Jesus foi creditada em nossa conta e para sempre nenhum pecado pode ser creditado ali! Pecamos no nível da carne todo dia e toda hora, mas esses pecados, de acordo com esse e outros textos, não são mais imputados ou levados em consideração por Deus. Pois estamos em Cristo Jesus; estamos inseridos nele e nele não há pecado. Como poderíamos estar em Jesus e mesmo assim estar em pecado? Não é uma incoerência? De acordo com texto acima, Jamais Deus vai imputar ou  considerar um pecado praticado por um eleito. Por isso nenhuma condenação há para aquele que está em Cristo. Não se refere aqui ao que não pratica pecado, mas ao que está em Cristo, (Rm 8.1). Como Deus poderia punir o pecado duas vezes. Uma vez em Jesus e outra vez em mim?  Em nenhuma  País do mundo um crime pode ser punido duas vezes; será que Deus faria isso? Levar em consideração é ter em conta e ter em conta é uma provo de que pode ser cobrado. Por isso Deus não leva mais em conta pois o preço do nosso perdão foi pago por Jesus e nunca mais será cobrado de nós, que estamos nele, Jesus. O processo que poderia desembocar na nossa condenação trouxe como resultado a nossa absolvição. Por isso fomos inocentados. (veredicto: nenhuma condenação). O processo foi concluído e nunca mais será reaberto. E como ele não pode ser reaberto, então nunca mais seremos condenados nesse processo, pois o mesmo está encerrado. Tudo está na dimensão do esquecimento. Deus se auto impôs o poder de esquecer-se deles e nós também não devemos lembrar. É como alguém  disse: Deus os lançou no mar do esquecimento e colocou uma placa: "é proibido pescar aqui". Ninguém tem o direito e nem pode sondar as profundezas desse mar.  E nunca mais haverão outros processos! Aleluia! A conscientização dessa verdade nos propicia uma plena libertação; remove até as raízes das causas da escravidão espiritual

Hoje, um eleito, posicionalmente falando, não é mais escravo; a escravidão foi desfeita totalmente na cruz. Experimentalmente, devido à falta de conhecimento, muitos libertos continuam vivendo como escravos, por não conhecer a sua nova posição em Cristo. Hoje somos filhos e filhos não são escravos! Devemos viver cada dia como filhos e não como escravos. Sendo verdadeiramente livre, não viva como escravo. Veja o que as escrituras dizem a esse respeito:  “De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus” (Gl 4.7). “Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros” (Tt 3.3). “Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues” (Rm 6.6,14,16,17).

2. Há algumas formas de escravidão, que é causada pelo homem, da qual precisamos nos livrar.  O ser humano é capaz de causar muitas formas de escravidão. Entendo que os lideres religiosos legalistas são os que mais causam escravidão sobre os fieis. Eles usam a Bíblia de uma forma equivocada e manipula os seus ouvintes com ameaças legalistas e mentirosas. Quando na verdade eles deveriam ensinar a palavra da graça, livre de qualquer legalismo, propiciando assim aos seus ouvintes que sejam verdadeiramente livres com o conhecimento da verdade. Quando o Evangelho é pregado sem as amarras da lei e sem interesse próprios e egoístas, propicia a libertação de que o ser humano precisa. Veja o que Paulo disse: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1.16,17).  No original o termo salvação demostra amplitude, vejamos:  “Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hb 7.25; 10.14). Hb 7.25 na versão ampliada diz: “Portanto, ele é capaz de salvar ao máximo, completamente, perfeitamente, e finalmente por toda eternidade e tempo, aquele que vêm a Deus por intermédio dele”. Esta tão grande salvação inclui tudo que Deus tem para nós como cristãos. A palavra salvação do latim “SALVARE” significa “SALVAR” e “SALUS” que é igual a saúde e ajuda em português. Do grego “SÕTERIA” significa cura, recuperação, remédio, redenção, bem-estar e paz.  No grego ainda temos o termo “SÕSÕ” que significa, salvação e libertação ao máximo, em todos os aspectos: espiritual, emocional (área da alma) e físico. A palavra “Salvação” portanto, é um termo abrangente, que inclui tudo que Jesus realizou por nós na cruz.

É sabido que nos EUA dos doentes nos hospitais psiquiátricos a maioria é de origem religiosa. Isso é consequência de pregação equivocada que invés de gerar liberdade gera escravidão. Quando se prega lei se  exige do ouvinte um padrão inatingível e quando ele não alcança o que é pedido é gerado nele um sentimento de culpa, depressão, ansiedade, auto estima baixa, síndrome do pânico, medo; que por sua vez vai para em um hospital psiquiátrico buscando alento. Gera também as doenças que podem ser consideradas psicossomáticas, como: gastrites, úlceras, câncer e muitas outras. Paulo disse aos coríntios:  “Por preço fostes comprados; não vos torneis escravos de homens” (1Co 7.23).

3. Precisamos ser libertos do amor ao dinheiro. Na Bíblia esta escrito:“Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade” (Ec 5.10). E Paulo disse:  “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1 Tm 6:10). Não há nenhum problema com o dinheiro em si, ao contrário o dinheiro  é uma bênção; o problema esta no amor a ele. O problema é com a avareza. A avareza é considerada uma idolatria! Veja o que está escrito no AT sobre a avareza. Desde sempre a avareza é condenada pela Bíblia: “Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez. Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e aceitaram subornos, e perverteram o direito. Pois o perverso se gloria da cobiça de sua alma, o avarento maldiz o SENHOR e blasfema contra ele. O príncipe falto de inteligência multiplica as opressões, mas o que aborrece a avareza viverá muitos anos” (Êx 18.21; 1Sm 8.3; Sl 10.3; Pv 28.16). No NT também a avareza é contundentemente condenada, veja: “E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem” (Mc 7.20-23).  Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lc 12.15). Paulo enfatizou o perigo e a importância de nos livrar da avareza; veja:  “cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores,” (Rm 1.29). “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria” (Cl 3.5). “refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais” (1Co 5.10,11). “Nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus” (1Co 6.10; Ef 5.5). “Não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento”( 1Tm 3:3). “Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hb 13.5). O apostolo Pedro disse: “Também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme. Tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos” (2Pe 2.3,14).

Em todas essas  escrituras acima a avareza é classificada com outros pecados que consideramos indubitavelmente grosseiros, bem como: prostituição, furtos, homicídios, adultérios e outros. Mas mesmo assim não é um pecado tão condenado por nós quantos os outros mencionados no contexto; porque não é muito visível. Quando as igrejas usavam a disciplina de exclusão, vi membros serem excluídos por cometerem todos os outros  pecados da lista acima, mas nunca vi ninguém ser excluído por ser avarento!

4. Maus hábitos – Pode –se fazer uma grande lista de maus hábitos, é praticamente infindável. Mas vamos mencionar apenas alguns mais conhecidos, como: 1) Procrastinação; 2) Mentira: 3) Negatividade; 4) Falar demais e impensadamente; 5) Fazer fofoca; 6) Difamação; 7)  Comer demais; 8) Dormir demais ou de menos; 9) Trabalhar além do que se pode suportar; 10) Falta de domino próprio. Isso tudo constituem pecados no nível da carne, contra si mesmo e contra o próximo.

5. Dos sonhos e projetos da vida – Não há nada de errado em sonhar, aliás, aconselha-se se que tenha sonho na vida. Dizem-se que quem não sonha não vai a lugar nenhum. Que o homem só fica velho quando pára de sonhar. Portanto, os sonhos devem fazer parte da nossa vida. Só que esses sonhos precisam ter certo fundamento e critérios. Há pessoas que sonha tanto com o futuro que se esquece de viver o presente. Se não houver um equilíbrio, os sonhos transforma-se em uma agente de escravidão. A pessoa deixa de viver no aspecto social, se é solteira, não namora, se é casada, não tem vida social com a família; não cuida de outras coisas tão importantes, quanto os sonhos, para o presente. Não cuida da vida espiritual, buscando o reino de Deus em primeiro lugar. Não prioriza a importância de cultivar uma comunhão profunda com Deus. Se sonhamos dessa forma, precisamos ser liberto dos aspectos negativos desse sonho. Também há outro aspecto negativo do sonho, quando se tem um sonho muito acima do que podemos alcançar, é errado. Devemos sonhar com a cabeça no céu e os pés no chão.

6. Da vaidade. Das coisas relacionadas à estética do corpo. Ultimamente muitas pessoas, mas que nunca, têm se tornado escravas desse hábito. Claro que não há nada de errado no que se refere aos cuidados com a estética, mas tudo precisa ser dentro dos parâmetros. Hoje há certo endeusamento do corpo, que eu costumo chamar de celebração do corpo. Por essa razão muitas mulheres têm perdido suas vidas e outras ficado mutiladas pelo resto da vida. O a fã da beleza é tão grande que leva as pessoas procurarem-na a qualquer custo, sem os devidos critérios. Isso é negativo!

8. Da lei de Moisés – A lei de Moisés tem dez mandamentos e 613 artigos. Todos nós sabemos que a lei não foi dada ao homem para que ele a guardasse e sim para que ela enfatizasse o pecado de tal maneira que o ouvinte pudesse ter a certeza, que por si próprio, jamais poderia servir a Deus. Uma vez que esse homem chegasse a conclusão de que é impossível ser salvo e preservar a salvação por não poder aguardar a lei e visse seu estado de total depravação, recorreria a graça de Deus e assim seria salvo. Homem nenhum na terra em toda a história pôde guardar a lei; senão um homem chamado Jesus. Paulo disse:

 “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 2.13). Bom, se alguém pudesse guardar a lei em toda a sua extensão, sem quebrar nenhum ponto, seria justificado por ela, o problema é que ninguém pode. Como eu já disse, a lei não foi dada para ser guardada e sim para enfatizar o pecado e levar o homem a entender que precisa da graça para ser salvo.

A lei torna culpado todo homem diante de Deus:  “Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus; visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.  Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei. O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei” (Rm 3.19,20,28; 1Co 15.56).

Bom, eu poderia colocar aqui muitas outras escrituras, mas acho desnecessário nesse espaço. Mas se o leitor tiver interesse de se aprofundar mais nesse tema, aconselharia que lesse com muita atenção os capítulos do 4 ao 8 da epístola aos romanos e Gálatas do  3 ao 5. Hoje na maioria das igrejas tidas como evangélicas prega um evangelho equivocado, mesclado pela lei. Isso até os apóstolos Pedro, Tiago e João, faziam. Veja o meu artigo intitulado “O evangelho da Graça de Deus”. Se o pecado é a transgressão da lei, ao remover a lei o pecado vai junto. Isso em relação a Deus. Cristo removeu os mandamentos em forma de ordenanças  “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, Aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz” (Ef 2.14,15)

 9. Dos sentimentos de culpa (veja o meu artigo: “A soberana graça de Deus e a libertação do nosso sentimento de culpa”)

10. Dos pensamentos e  sentimentos impróprios. Sabemos que os nossos pensamentos, quando aceitos e absorvidos pelas nossas mentes, geram sentimentos compatíveis a eles. Por isso, se quisermos nos livrar dos sentimentos impróprios precisamos cuidar e monitorar os nossos pensamentos. Enquanto estamos no campo dos pensamentos é bem mais fácil do que quando entramos na esfera dos sentimentos. Quando um pensamento impróprio se arraiga em nossa mente, sentimentos impróprios também se alojam em nossa alma e uma vez nesse estágio fica muito mais difícil nos livrar dele. Mesmo ainda sendo possível o livramento,  muitos contratempos  são gerados. Muitas dores, perda da razão, do bom senso, perda da noção do que é certo ou errado, equívocos e tantos outros transtornos.  Por isso devemos ter uma vigilância maior com os nossos pensamentos. Paulo disse o que eu considero o maior filtro para a nossa mente: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp 48).

II- ASPECTOS POSITIVOS DA ESCRAVIDÃO QUE PRECISAMOS PRESERVAR

Agora podemos refletir um pouco em um lado positivo da escravidão. Esse alado tem a ver com o nosso relacionamento com Deus. Deixamos de ser escravos ou servo do pecado para nos tornarmos servos de Deus, veja:

 “Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça? E, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna. Porque o que foi chamado no Senhor, sendo escravo, é liberto do Senhor; semelhantemente, o que foi chamado, sendo livre, é escravo de Cristo” (Rm 6.16,18,22; 1Co 7.22). Somos livres de tudo mais, para nos tornarmos escravos do amor de Deus.

Quero colocar aqui um relato encontrado no livro intitulado: “libertos para viver” do Hal Lindsey, na página 160, vejamos: “Nos dias da escravidão da Roma antiga, um senhor de escravos conhecido pela sua crueldade chegou ao mercado para comprar mais alguns escravos. Naquele mesmo dia estava ali um desconhecido, um homem bondoso que jamais estivera no mercado em Roma. Ele comprava escravos para depois libertá-los.

    Um escravo foi trazido perante os  compradores e estes começaram a fazer seus lances. O homem cruel fez o primeiro lance, seguido do homem bondoso que imediatamente cobriu a primeira oferta. Os preços oferecidos começaram a subir astronomicamente, à medida que os dois competidores faziam seus lances.

     Por fim o homem bondoso ofereceu um preço tão alto que o homem cruel não foi capaz de cobrir.

    Quando o novo dono se dirigiu ao proprietário do mercado de escravo para efetuar o pagamento do resgate, o escravo recém-adquirido caminhou após o seu novo senhor e se preparou para segui-lo.

    O homem bondoso que o tinha comprado, voltou-se para ele e disse: “Você está livre, pode ir. Eu o comprei para torna-lo um homem livre”. E começou a se afastar.

    “Espere!”, exclamou o escravo. “Já que sou um homem livre, estou livre para segui-lo. Meu desejo é servi-lo, como prova de minha gratidão pelo que fez por mim”.

    O que aquele escravo experimentou é exatamente o que Cristo fez por nós. Ele nos libertou das exigências impossíveis da lei. [...] Ele nos libertou da tirania de nossa natureza pecaminosa, dando-nos uma nova natureza e o Espírito Santo, para que essa natureza passe a dominar a nossa vida”.

O Senhor nos libertou da tirania do pecado, não há mais razão para vivermos como escravos, somos livres! Pedro disse: “como livres que sois...” (1Pe 2.16a). Livres para servirmos ao nosso Senhor Jesus.

CONCLUSÃO

A verdadeira libertação vem pelo conhecimento da verdade, por que é a verdade que propicia a verdadeira liberdade. Como disse acima, o maior tirano escravizador é o pecado. E quando o homem fica livre dele, experimenta uma verdadeira liberdade e fica muita mais fácil se libertar dos demais tiranos que nos escravizam. Podemos ser escravos de tiranos reais ou de tiranos imaginários. Acho o último caso pior  do que o primeiro. Quando somos escravos de senhores reais é mais fácil nos defender, mas quando de imaginários é muito mais difícil. Mas se o pecado é o maior tirano da escravidão; no contexto da vida cristã de um eleito ele é imaginário no que se refere a Deus. Ele foi quebrado, eliminado e aniquilado na cruz (Hb 9.26). (Veja os demais artigos desse site). Se esse inimigo foi aniquilado na cruz, e foi, de que então somos escravos? Não há nada melhor, nesse processo de libertação, do que eliminar o tirano da escravidão, o pecado. É nesse entendimento trazido pelo conhecimento da verdade, que podemos experimentar o que Jesus falou em Jo 8.36 “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. O conhecimento é imprescindível nesse processo, veja o que o profeta Oséias disse: “Ouvi a palavra do SENHOR, vós, filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra, porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus. O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento...” (Os 4.1,6a).

Pr Aramisio Borges

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Aramisio Borges - A  serviço de Deus, pastor há mais de 34 anos, formado em teologia e psicologia; responsável pela  MCDI - Missão de Discipulado e Integração e pelo MMGD - Ministério na Multiforme Graça de Divina. Ama a Deus acima de tudo, ama a família, a obra de Deus, amigos, a vida! Procura ser amigo de todos.  Na medida do possível, procura ter paz com todos os homens e tem procurado resolver todas as pendências. Procura, também, estar de bem com Deus, consigo  mesmo e com o próximo. Ama o ser humano e desejo seu bem estar em tudo, principalmente no que se refere a sua vida em relação a Deus. “Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!”

 

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