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Aprenda viver bem com Deus e com seus impulsos sexuais - Parte 05

05/03/2016 22:47

Algumas Conclusões

Neste ponto da história de Davi já podemos chegar a algumas conclusões.

Qualquer um pode cometer um pecado sexual, tanto uma pessoa consagrada a Deus como a mais indiferente de todas. Pastores, médicos, missionários - todos são susceptíveis de erro. Certo professor de seminário sugeriu a seus alunos que se preparassem para uma outra profissão, além do pastorado, pois uma boa parte deles iria futuramente abandonar o ministério, devido a pecados sexuais. Ouvi contar, recentemente, que determinado pastor estava envolvido com a esposa de outro homem. Ele era a última pessoa que eu pensaria que iria entrar numa situação dessas. Mas, como acontece em tantas das surpresas da vida, os últimos, muitas vezes, são os primeiros. Se Davi, que era um homem que amava a Deus com tanto fervor, foi capaz de cometer adultério, não devemos espantar-nos com nossa propensão para os pecados sexuais. Embora isso não aconteça necessariamente a todo mundo, o fato é que pode acontecer. Muitos que antes, orgulhosos de si mesmos, afirmavam: “Eu nunca faria isso”, hoje têm que confessarem envergonhados: “Eu o fiz.” Sempre que ouço alguém mencionar os pecados de outrem em tons de acusação, estremeço. A não ser pela graça de Deus, todos nós somos potencialmente candidatos a cometer um pecado sexual.

Os apetites carnais têm uma força incrível.

Davi, Sansão e Jezabel são exemplos do atrativo exercido pelos desejos sexuais. Nossas paixões podem exercer sobre nós um domínio sutil e ditatorial. É possível que consigamos controlar nossos atos, mas nossa mente, às vezes, é tomada de assalto por engodos sexuais. Se não modificarmos nossa forma de pensar, as nossas resoluções, até mesmo as mais firmes, ruirão ao peso do desejo sexual.Concordamos plenamente com Santo Agostinho: “Não existe nada mais forte para derrubar o espírito do homem, do que as carícias de uma mulher.” Ele próprio só conseguiu resolver o problema de seus conflitos interiores depois qua se rendeu totalmente a Deus. Homens respeitáveis têm abandonado mulher e filhos; pastores têm abandonado ministérios vitoriosos; e mulheres têm deixado filhos a quem amavam profundamente, tudo por causa dos atrativos do sexo. Uma  certa pessoa disse:- Detesto o que estou fazendo, mas não consigo ser de outro jeito. Um lado meu quer mudar de vida; o outro não quer. Do modo como as coisas estão, resolvi fazer o que eu quero. Acredito que em nossos dias a tentação é maior do que em décadas anteriores. Os filmes pornográficos, imorais, inflamam as paixões carnais e corroem a resistência moral. Certa vez um garoto de onze anos encontrou uma revista pornográfica numa gaveta de um móvel de um hotel. Olhando aquilo, ele ficou tão excitado, que seduziu a irmã. E continuou viciado em leituras pornográficas, durante muitos anos, e mantendo a relação incestuosa. Pelo poder de Deus, hoje esse moço se recuperou parcialmente da experiência, mas a irmã, não. Teve um casamento infeliz, e sentimentos de revolta, amargura e depressão. David Morley escreveu o seguinte: “O impulso sexual é tão forte, que derruba até as barreiras do bom-senso e do raciocínio. Ele pode levar um homem a roubar, trapacear, matar, ou jogar fora toda uma riqueza ou talento, a fim de buscar essa satisfação.”

Nós possuímos apetites latentes que podem ser despertados até se tornarem uma febre. É como jogar um fósforo aceso numa lata cheia de gasolina.

Mas apesar da força de nossos impulsos passionais, Deus nos responsabiliza por nossas ações.

Ele mandou que o profeta Natã fosse falar com Davi, e ele lhe entregou a mensagem divina sob a forma de uma parábola. Numa cidade havia dois homens - um rico e outro pobre. O pobre tinha apenas uma ovelha. No entanto, quando chegou um viajante à casa daquele rico, este roubou a única ovelha do pobre, e preparou-a para o banquete (2 Sm 12.1-4). Ao ouvir esta exposição, Davi se mostrou bastante encolerizado, e disse: “Tão certo como vive o Senhor, o homem que fez isso deve ser morto. E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal cousa, e porque não se compadeceu.” (2 Sm 12.5,6.) E Natã lhe respondeu: “Tu és o homem!” (V. 7). Davi teve mais compaixão de uma cordeirinha, do que tivera de Urias - o que mostra mais uma vez como as paixões distorcem nossa visão das coisas. Davi era o homem da parábola, que havia roubado a ovelha de seu vizinho. E Deus iria castigá-lo pelo que havia feito, embora tudo tivesse começado num momento de descontrole das paixões.

Deus é Justo?

Será certo que sejamos considerados culpados por algo que realmente não tencionávamos fazer? E a responsabilidade da mulher, Bate-Seba? Por que um homem, que servira fielmente a Deus durante vinte anos, deveria receber um castigo severo por causa de um erro cometido num momento de desvario? Ademais, dizem alguns, ninguém condena um cachorro pelo fato de agir como cachorro. Por que deveríamos ser responsabilizados por um ato que nos é tão natural? Sendo seres com impulsos sexuais, por que não podemos expressar nossa sexualidade? Se o homem fosse um animal, como ensinam os behavioristas atualmente, então teríamos que concordar que ele não deveria ser responsabilizado por suas ações. B.F. Skinner, que acredita, que o homem é apenas animal, ensina que ele não tem que responder pelos seus atos - tudo que as pessoas fazem, elas simplesmente o fazem. A nenhum ato deve ser atribuído senso de culpa. A Bíblia apresenta uma visão bem diferente: além do corpo, ele possui também alma. E já que possui esse elemento que é imaterial, não podemos pensar que ele é somente um dente da engrenagem universal, uma vítima de forças que se encontram acima de sua capacidade de controle. É verdade que pela queda ele chegou a um nível bem baixo, mas ainda pode tomar a deliberação de reprimir suas ações, sejam quais forem os pensamentos que povoe em sua mente. Em alguns países muçulmanos, onde a pena para o crime de estupro é crucificação, e de roubo é o corte da mão direita, o índice de criminalidade é insignificante - o que comprova que o homem não “tem” de “fazer o que lhe é natural”. Apesar das indiscrições de Bate-Seba, Davi não era obrigado a cometer adultério. Ele poderia ter parado de olhar para ela, e poderia ter resistido à ideia de convidá-la para ir ao palácio. Mas porque ele tomou a resolução de pecar, era responsável pelo ato. Mesmo que pensemos que nossa vontade fica como que imobilizada no momento da tentação, ainda assim temos uma vontade livre, e somos responsabilizados por nossas ações. Essa tese de que devemos agir segundo os impulsos do sentimento é uma das mentiras sutis ditadas pelas paixões. Embora naturalmente inclinado para o mal, quando orientado, o homem pode se refrear e deixar de praticar certos atos, geralmente com grande esforço, e obedecendo a objetivos superiores. Mas Deus só se satisfaz quando ele vai além disso. 

O homem pode tomar a deliberação de confiar-se à misericórdia de Deus, e pedir que ele lhe de forças para encarar suas resoluções de caráter moral. Deus está à nossa disposição, para nos socorrer nos momentos de necessidade. As fraquezas morais deveriam ser um incentivo para nós, para buscarmos mais a cruz. Cristo morreu para que se rompesse a força das garras do pecado em nossa vida. Deus coloca diante de nós um padrão de conduta bastante elevado, e ao mesmo tempo nos concede a possibilidade de sermos perdoados e moralmente livres. Santo Agostinho, ao meditar sobre essa questão de como o homem pode tornar-se aceitável perante um Deus santo, disse o seguinte: “Ó Deus, pede o que quiseres, mas supre-nos daquilo que pedes.” Deus não está brincando conosco. Ele espera de nós muito mais do que podemos fazer por nossas próprias forças, mas ele está pronto a ajudar-nos a satisfazer suas exigências. A misericórdia de Deus está à disposição daqueles que resolvem parar de procurar desculpas para sua conduta. Se assumirmos nossa responsabilidade, mesmo quando a tentação nos pressiona a pecar, colocamo-nos numa posição de humildade, onde Deus pode socorrer-nos até na mais profunda de nossas necessidades. Ele sabe que fomos criados do pó. Está perfeitamente ciente de nossas fraquezas e de nossa propensão para o pecado e, no entanto, não pode liberar-nos de nossa responsabilidade. Ele é um Deus santo. Assim que paramos de jogar a culpa nele, e assumimos toda a responsabilidade de nossos atos, ele pode vir em nosso auxilio. Nada de arranjar explicações; nada de culpar a outros; nada de pôr a culpa em Deus.

E Quanto a Deus? Quando cometemos um pecado sexual, Deus é quem perde.

Sempre que pecamos, nosso primeiro pensamento é se seremos castigados ou não. Será que alguém vai ficar sabendo? Será que Deus irá castigar-nos? Será que suportaremos o peso da culpa? E, no entanto, a primeira coisa que deveríamos fazer era pensar em Deus. Natã relembrou a Davi como Deus tinha sido bom para com ele. “Eu te ungi rei sobre Israel, e eu te livrei das mãos de Saul, dei-te a casa de teu senhor, e as mulheres de teu senhor em teus braços, e também te dei a casa de Israel e de Judá, e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais cousas.” (2 Sm 12.7,8.) O pecado de Davi foi um ato de ingratidão. Sua deliberação de cometer adultério com Bate-Seba era equivalente a dizer que Deus fora negligente em suprir suas necessidades. A provisão de Deus para ele não era boa, aceitável e perfeita. Cada pecado que cometemos equivale a fazer uma acusação contra a bondade de Deus. Essa atitude remonta os tempos do jardim do Éden. Adão e Eva poderiam comer o fruto de todas as árvores, menos de uma. E o que foi que Satanás fez? Ele tapou-lhes os olhos para todos os privilégios de que dispunham, e afirmou que, se Deus fosse bom e se estivesse levando em consideração os interesses deles, deixaria que comessem do fruto proibido. E o primeiro pecado de nossos pais teve como base a premissa de que Deus era mau, e não benigno. Pense em como Deus fora bom com Davi. E ele ainda tinha outros planos para o rei. “E, se isto fora pouco, teria acrescentado tais e tais cousas.” Com um só ato lascivo, Davi, insensivelmente, esqueceu toda a bondade de Deus. Muitas vezes, as pessoas que cometem pecados sexuais estão cercadas de privilégios e bênçãos: bons pais, uma igreja evangélica, conhecimento da Bíblia. Mesmo tendo recebido de Deus todas essas coisas e muitas outras mais, ainda lhe desobedecem a Palavra. A devassidão sexual começa com a ingratidão. O primeiro passo na direção da ruína moral está registrado em Romanos 1: “Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças” (v. 21);o resto é do conhecimento geral. O pecado e a ingratidão sempre andam juntos.

Falando a respeito de um casal que teve relações sexuais antes de se casar, Roy Hession comenta o seguinte: “E o grande perdedor nisso tudo é Deus, aquele cujo coração para com eles era bem diferente do que eles pensavam; aquele que estava planejando para eles um beneficio muito grande, maior do que poderiam ter imaginado, mas cujos bons desígnios eles frustraram.” (Forgotten Factors - Fatores ignorados - Christian Literature Crusade.). Deus também perde, porque sua reputação fica maculada. E Natã continua, dizendo: “Mas, posto que com isto deste motivo a que blasfemassem os inimigos do Senhor, também o filho que te nasceu morrerá.” (2 Sm 12.14.) Agora os inimigos de Deus iriam dizer: “Davi é igual a nós. Ele diz que conhece a Deus, mas olhe só o que fez!" Impressiona-me aqui o fato de que Deus não tenha tentado ocultar o pecado de Davi, impedindo assim que os inimigos do Senhor tirassem partido da vergonha dele. Deus poderia tê-lo castigado em particular. A notícia do acontecido poderia ter ficado limitada apenas aos muros do povo de Deus. Mas o Senhor permitiu que o fato fosse conhecido até entre os pagãos. Quando um filho seu peca, Deus nunca procura abafar o fato. E a reputação dele também fica manchada, juntamente com a daquele filho. Mas nós fazemos o contrário. Tomamos todas as medidas possíveis para esconder nosso pecado, ao passo que Deus tenta expô-lo. Enquanto não sentirmos a extensão da tristeza que nosso pecado sexual causa em Deus, não nos disporemos a abandoná-lo. Natã perguntou a Davi o seguinte: “Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor?” (v. 9.) É provável que Davi não visse as coisas desse modo, mas Deus via. José não teria resistido às investidas diárias da mulher de Potifar, se tivesse pensado apenas no que o pecado poderia significar para as outras pessoas. E poderia ter racionalizado tudo, ao calor do momento. Afinal, ele não merecia um pouco de prazer depois de tudo que passara com seus irmãos? E não poderia esconder tudo de Potifar, que passava o dia todo fora? Com tal raciocínio, ele poderia concluir que o prazer sexual valia bem os riscos nele envolvidos. Mas o que foi que o impediu de pecar? Foi seu entendimento de que Deus se entristeceria. “Como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gn 39.9.) 

As duas pessoas envolvidas num pecado sexual sofrem as consequências do erro, mas o pior é que Deus também sofre. Praticamente elas estão dizendo a ele: “Tu não tens sido bom para mim. E eu sei, melhor do que tu, o que é bom para mim. Não me preocupo com a tua reputação.” E mesmo quando o pecado é habilidosamente camuflado, esta mensagem está sendo dirigida a Deus. Imagine-se só o sofrimento dele! 

ESTUDO E APLICAÇÃO

1. Alguém já disse: “Mente desocupada é oficina do diabo.” Vamos debater esta afirmação à luz do fato de Davi ter  ficado em Jerusalém (2 Sm 11.11).

2. Estudar o Salmo 32, e descrever a experiência vivida por Davi durante o tempo em que se recusou a arrepender-se de seu pecado (um período de aproximadamente um ano).

3. De que maneira somos vulneráveis à tentação sexual, e o que podemos fazer para minimizá-las? 

4. Pensemos em como nosso pecado afeta a Deus. Sabe citar alguns exemplos de situações em que Deus tenha expressado profundo desgosto pelo pecado do homem?5. Leia novamente as palavras que Natã disse a Davi (2 Sm 12.7-15). Que lembranças essas palavras trouxeram à mente de Davi? Qual é a reação de Deus para com o pecado escondido?

 

Leia mais: PARTE 01PARTE 02PARTE 03PARTE 04

 

Fonte: Do Livro: "Aprenda viver bem com Deus e com seus impulsos sexuais". Publicado pela Editora Betânia, Caixa Postal 5010 - 30000 Venda Nova, MG

 

 

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